domingo, 14 de abril de 2013









PRIMEIRA IGREJA PRESBITERIANA
DE JOÃO PESSOA
ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
Rev. FERNANDO ROBERTO e Rev. LÍDIO OSÓRIO
Professores

ESTUDO DE APOCALIPSE - Sala Temática


APOCALIPSE 1.9-20


*    O AUTOR DA REVELAÇÃO NÃO DEIXA DÚVIDA QUANTO A SUA IDENTIDADE. ELE SE APRESENTA COMO JOÃO (1.4,9).
João faz uso do pronome enfático, eu, para evitar algum mal-entendido na identificação e na afirmação de que a mensagem do orador é autêntica. E ele faz isso dessa forma por que aprendeu com o seu Mestre Jesus (Mat. 5.22, 28, 34, 39, 44).
O autor cria ter sido chamado para reviver o oficio Velho testamentário do Profeta-Escritor. Descreve sua própria experiência como sendo semelhante à de Ezequiel quanto ao comer do livrinho no capítulo 10.9, e ele mesmo é identificado com os profetas em 22.9.
Ele prefere usar os termos irmão e companheiro (co-participante) ao invés de apóstolo para se colocar em pé de igualdade com seus leitores (Rom. 1.11-12; Atos 15.23).
Como companheiro ele partilha os sofrimentos com seus leitores que têm de suportar em três áreas: Tribulação, Reino e Perseverança
Tribulação – Ela é o quinhão do povo de Deus nesta era (Mt. 24.21; Jo. 16.33; At. 14.22).
Por trás da história grandes poderes espirituais estão em conflito – O Reino de Deus e o Poder de Satanás (Ef. 6.12; 2º Cor. 10.4). A igreja está no meio dos dois. A igreja são as pessoas as quais o Reino veio, e que herdarão o Reino quando ele vier; mas nesta posição elas são o objeto do ódio satânico, destinadas a sofrer perseguição. Aqui tribulação significa todo o mal que acontecerá à igreja, principalmente a grande tribulação do fim, que somente será a intensificação do que a igreja tem sofrido durante os séculos.
Reino – O termo reino se relaciona com tribulação, neste mundo, um acompanha intimamente o outro.
Como cidadãos no reino de Deus, os cristão experimentam constante pressão das pessoas que constituem os inimigos de Deus, de sua Palavra e de seu povo. De todos os livros do Novo Testamento, o Apocalipse, especialmente, relata o quanto à tribulação se intensifica quanto o reino se aproxima da consumação.
Perseverança – Ela é mencionada neste livro como um dos aspectos característicos de alguém que segue a Cristo (Mt. 24.13).

*    COMO EXPLICAMOS A SEQUENCIA DOS 03 SUBSTANTÍVOS
Os membros desse reino devem necessariamente sofrer e suportar, como é evidente à luz das cartas às 07 igrejas. De um lado os cristãos enfrentam tribulação em decorrência de viverem no reino, do outro devemos suportar pacientemente, de modo que o reino venha através de sua fidelidade a Cristo. Quando visualizamos, por esse prisma, reino entre tribulação e perseverança, qualquer tensão é suavizada (2º Tim. 2.12).
Nós enfrentamos e experimentamos, no entanto, todas estas dificuldades em Jesus. Este é o paralelo de João à expressão frequente de Paulo, “em Cristo”. É a união espiritual do crente com seu Senhor.
É interessante que depois da saudação de Apoc. 1.5, onde o Senhor é chamado de Jesus Cristo, em todo o restante do livro é chamado somente de Jesus. O uso simples do nome Jesus chama atenção para sua vida na carne.
A Ilha de Patmos – Era uma das diversas ilhas pequenas a sudeste da costa da Ásia menor. Tinha uns 16 km por 10, uma ilha nua, vulcânica, com elevações de até 300m. Patmos era uma ilha usada para exilar criminosos políticos.
Qualquer governador tinha autoridade para enviar criminosos políticos para o exilio.
Por causa de – Ilustra a razão por que João estava nessa ilha. Ele não estava lá para receber a palavra de Deus e escrever o Apocalipse, como também não estava lá para pregar o evangelho, mas estava ali por causa do testemunho do Evangelho. Ele estava exilado por causa de sua fidelidade à Palavra de Deus e por ter sido Fiel no seu testemunho a respeito de Jesus. Recusara oferecer sacrifício perante a estátua do imperador e proferir as palavras Kurios Kaisar (Senhor César ou César é Senhor). A pena imposta por causa de sua fidelidade a Cristo fora o desterro à pequena ilha de Patmos onde provavelmente era forçado a trabalhar nas minas de Sal.
Depois da morte de Domiciano, seu sucessor, Nerva, libertou João e lhe permitiu regressar a Éfeso (Eusébio). Ele ensina e proclama com fidelidade a Palavra de Deus. João escrevera o Testemunho de Jesus (Jo. 21.14) e foi conhecido como o venerado ancião nas igrejas da Ásia Menor (2º
 João 1; 3º João 1).
O Testemunho de Jesus – Pode ser entendido no sentido de o Evangelho de Jesus ou Pregação desse evangelho por Jesus.
Em Espírito – Essa expressão significa ou implica em uma experiência em êxtase, entrar em transe (At. 11.5; 22.17). Paulo descreveu uma experiência semelhante em 2º Coríntios 12.2.
No Dia Senhor – Este é o único lugar no Novo Testamento onde esse dia é assim descrito, pois em outros lugares ele é referido como o primeiro dia da semana (Mt. 28.1; Mc. 16.2, 9; At. 20.7; 1º Cor. 16.2).
Forte Voz – O som foi inesperado e surpreendente. A res (como trombeta) ssônancia da trombeta lhe falava de sua origem celestial. João se lembrou de Deus promulgando os 10 mandamentos, onde os israelitas ouviram o som de trombeta (Êx. 19.16, 19; 20.18).
O Ano Novo era marcado pelo som de trombeta; aliás, no primeiro dia do sétimo mês, o mês Judaico de Tishri (setembro – outubro), o povo celebrava a Festa das Trombetas (Lv. 23.24; Nm. 29.1-6). Este era o prelúdio ao Dia da Expiação no décimo de Tishri.
Em seu discurso escatológico, Jesus fala de seu regresso como que acompanhado pela convocação ao som de trombeta (Mt. 24.31 – 1º Ts. 4.16).
O som de trombeta, no Apocalipse, chama a atenção para uma importante mensagem (4.1).

VERSÍCULO 10
– Ele recebe a ordem para escrever e de providenciar para que sejam enviadas e entregues nos respectivos endereços.
- A ordem de escrever está no presente para indicar que ele deve continuar seu registro até o fim. A grande voz ordenou-lhe que escrevesse em livro o que veria e que o enviasse as sete igrejas.
Ao ouvir a voz, João volta-se para identificar a pessoa que lhe falava – Ele empregou o verbo Takeiv, significando que ele quer identificar o som da voz, e não o conteúdo da mensagem. João não dá respostas precisas de quem era a voz. Provavelmente era a voz do Senhor Jesus Cristo.
Sete Candelabros de Ouro – João está baseando as suas imagens no Velho Testamento, pois lhe era familiar (Êx. 25.31,37; 1º Rs. 7.49; Zc. 4.2). Os 7 (sete) candelabros representam a igreja. João apresenta um quadro da igreja inteira.
Como um Filho de homem – Que conforto para a igreja sobre a terra. João primeiro descreve a igreja e então pinta seu Senhor, que sempre caminha no meio dela. Ele está com a igreja na terra a fim de ser sua fonte de luz (jo. 8.12).
João neste momento está chamando a atenção para Daniel (7.13-14) onde este título descreve o Messias como soberano deste universo. Este quadro descreve Majestade, Poder e Autoridade que nenhum ser humano pode igualar.

*    JOÃO VÊ DEZ CARACTERÍSTICAS DISTINTAS DO NOIVO DA IGREJA
1 – Suas Vestes (1.13) – Falam de Cristo como Sacerdote e Rei. Ele nos conduz a Deus e reina sobre nós;
2 – Sua Cabeça (1.14) – Fala da sua divindade, da sua santidade e da sua eternidade. A cabeça alva era também um símbolo de honra e transmitia a ideia de Sabedoria e Dignidade;
3 – Seus Olhos (1.14) – Falam da sua onisciência que a tudo vê e perscruta. Ele é o juiz diante de quem tudo se desnuda (Rm. 2.16);
4 – Seus Pés (1.15) – O bronze reluzente transmitia a ideia de força e estabilidade. Isso fala da sua onipotência para julgar os seus inimigos. Convém que Ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1º Cor. 15.23);
5 – Sua Voz (1.15) – Isso fala do poder irresistível da sua Palavra, do seu julgamento. No seu juízo desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a última palavra e é a única a ter razão (Rm. 2.2);
6 – Sua Mão (1.16) – A mão direita é a mão da ação, com a qual age e governa. Isso mostra o seu cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de Cristo (Jo. 10.28);
7 – Sua Boca (1.16) – Essa Palavra aqui não é o evangelho, mas a Palavra de Juízo. A única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador é a espada que sai da sua boca (19.5). Essa é a cena do tribunal, onde é proferida a sentença judicial, e precisamente sem contestação;
8 – Seu Rosto (1.16) – A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória. A luz do sol supera o brilho dos candeeiros;
9 – Sua Perenidade  – O Primeiro e o Último (1.17) – Ele é o criador, sustentador e consumador de todas as coisas. Cristo aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a morte (1º Cor. 15.25-26);
10 – Sua Vitória Triunfante (1.18) – Jesus não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou, Ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Morte é um estado; e Hades, um lugar. Tanto a Morte quanto o Hades serão lançados no lago de Fogo no Juízo Final (20.14). Quem tem as chaves tem autoridade. Jesus tem não apenas a chave do céu (3.7), mas também a chave da morte (tumulo).

*    O QUE JOÃO FEZ
1 – Passou por um profundo quebrantamento (1.18) – O mesmo João que se debruçara no peito de Jesus, agora cai aos seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is. 6.5; Ez. 1.28; Dn. 8.17; Lc. 5.8; At. 9.34) passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de Deus (1º Tim. 6.16). É impossível ver a glória do Senhor sem se prostar;
2 – Ele foi gloriosamente restaurado – Jesus o toca e fala com Ele. A mesma mão que segura (1.16) é a mão que toca e restaura (1.18).

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